Objetivo
Verificar a prevalência de obesidade, hipertensão arterial sistêmica (HAS), aumento de cintura e acanthosis nigricans em estudantes da cidade paulistana de Sorocaba em 2009, associando aos fatores de risco.
Métodos
Amostra probabilística com 680 crianças (7–11 anos) de 13 escolas municipais de Sorocaba. Um questionário avaliou a prática de atividade física, tempo com televisão, videogame e computador (TV/VG/PC), antecedentes do aluno e dos pais para hipertensão arterial, doença renal e cardíaca e nível econômico. Foram realizadas medidas de peso, altura, cintura, pressão arterial (PA) e verificado acanthosis nigricans. Determinou-se a prevalência de alteração nutricional, HAS, aumento da cintura e acanthosis nigricans. Para a associação do índice de massa corpórea (IMC) IMC ≥ P85 e da PA ≥ P90 com outras variáveis, empregou-se o teste do qui-quadrado ou exato de Fisher (p < 0,05) e a razão de chances prevalente bruta e ajustada.
Resultados
A prevalência IMC ≥ P85 foi 22,1% [IC 95%: 19,0–25,3%], de PA ≥ P90 10,9% [IC 95%: 8,6–13,5%], aumento da cintura 15,4% [IC 95%: 12,9–17,9%] e acanthosis nigricans 3,8% [IC 95%: 2,6–5,6%]. Foi encontrada associação do excesso de peso com antecedentes do pai (RCP: 1,76; IC 95%:1,05–2,95; p = 0,02) em ambas as análises. A elevação de PA associou-se ao sexo feminino (RCP: 1,90; IC 95%:1,12–3,23; p = 0,010), ao maior tempo na TV/VG/PC (RCP: 1,82; IC 95%:1,00–3,36; p = 0,030), à presença de acanthosis nigricans (RCP: 8,18; IC 95%:3,37–19,80; p < 0,00), à obesidade (RCP: 4,09; IC 95%:2,41–6,94; p < 0,00) e à cintura (RCP: 4,83; IC 95%:2,77–8,41; p < 0,00). Após análise multivariada, permaneceram como fatores associados o sexo feminino (RCP ajustada = 2,15; IC 95%:1,17–3,93) e a obesidade (RCP ajustada = 9,51; IC 95%: 4,77–18,97).